sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Viral e Memética


A maneira como as empresas pensam viral pode conduzir o sucesso de uma campanha.

O marketing viral não pode ser conceituado apenas pela capacidade rápida de difusão da mensagem, é preciso partir do princípio que o viral contamina, contagia as pessoas e por conseqüência deste contágio, as pessoas passam a "espirrar" ideias em outras pessoas e que essas repassam para outras e assim sucessivamente, formando uma cadeia epidêmica. Para explicar melhor como funciona a contaminação, podemos usar a definição de meme traçada pelo biólogo Richard Dawkins (1976): ‘meme é considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada e outros locais de armazenamento ou cérebros'.

Dawkins fez também uma analogia bastante pertinente, relacionando os memes aos genes, uma vez que, os genes se propagam de corpo em corpo, ou melhor, seres humanos herdam características genéticas de seus progenitores, os memes se propagam de mente em mente, ou seja, seres humanos também herdam algumas características psicológicas de seus pais e/ou antepassados. Para dar um exemplo, quem nunca viu ou comparou a forma de gesticular ou de falar de alguém com o do pai ou da mãe, não falo das características físicas, pois seria genética, mas sim das características motoras dos indivíduos em relação aos seus familiares. Outro exemplo de meme é o trecho de uma música que fica martelando na cabeça durante horas mesmo contra nossa própria vontade (esses trechos, geralmente, são refrões de músicas e possuem maior capacidade de memetização no cérebro das pessoas).

Com posse dessas informações podemos tentar um novo conceito sobre marketing viral:
viral é toda ação de buzz marketing direcionada a motivos mercadológicos que possuem alta capacidade de replicação, contaminação por parte do público-alvo, ou seja, o target deixa de ser apenas um receptor e passa a ser agente atuante na transmissão da mensagem, seja pela internet, cartas, televisão ou qualquer outro meio que possibilite a re-emissão da mensagem.
Nisso, uma campanha viral, de fato só vem a ser viral, se conseguir gerar um meme que seja compatível com o repertório de seu público, que gere também a necessidade de ser difundida e que seja feita em alta velocidade.

Seth Godin afirma em seu livro ‘Unleashing the Idea virus’ que ninguém pega uma idéia se:
A primeira impressão demandar uma investigação mais profunda;
Se não tiverem compreendido as ideias fundamentais necessárias para entender a nova ideia;
O remetente não seja de confiança ou respeitável o suficiente para investir o tempo necessário.

Kevin Nalts (2006) enumera sete pecados capitais que não podem ser cometidos em uma campanha viral:
  1. Criar uma vaca preto e branca;
  2. Gastar uma fortuna na produção;
  3. Apenas comunicar ao invés de engajar;
  4. Fazer concursos de vídeos só porque todos estão fazendo;
  5. Estabelecer metas irreais de conversão;
  6. Decidir só anunciar usando vídeos virais;
  7. Fingir que não está fazendo propaganda.
O pecado capital número sete, está em negrito, pois há controvérsias sobre tal afirmação, um vídeo viral pode sim ser mimético, se disfarçar de algo que não pareça em nada com propaganda, um exemplo empírico disso é a campanha da empresa americana Ecko® que produziu um vídeo que mostrava duas pessoas pichando o Air Force One (se não conhece assista ao vídeo aqui). Este vídeo não se parece nem um pouco com uma propaganda e causa um impacto tremendo pois é uma coisa absurda, pichar o avião do presidente numa época em que se fala tanto de terrorismo. É difícil imaginar que uma simples marca de roupas se arrisque ao ponto de ser chamada de terrorista e vale salientar que no dia seguinte à divulgação do vídeo na internet, os principais jornais eletrônicos e impressos dos Estados Unidos da América e muitos de outros países fizeram a divulgação do vídeo e inclusive o pentágono foi checar se a aeronave havia mesmo sido pichada. Este é um exemplo ideal do que de fato precisa ser marketing viral, baixo investimento e repercussão espontânea em vários canais de comunicação.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A importância de integrar o online e o offline


A primeira vista é bastante óbvia a ideia de atrelar ações do ambiente real às ações no mundo digital e vice-versa, mas não é tão simples como aparenta ser. 

Antes de quaquer coisa devemos saber por que, enquanto profissionais de marketing digital, nos preocupar em desenvolver ações offline ao invés de focar apenas nas ações que fazem parte do ambiente digital. Não que seja via de regra todas as ações digitais terem um “pézinho” no offline, mas em certos casos, essas ações aceleram resultados e aumentam as chances da sua campanha obter sucesso. A seguir coloco alguns pontos que vão esclarecer eventuais indagações.

1- Informação, conteúdo e entretenimento. Esses são os pilares básicos de qualquer ação 2.0, sem isso a sua mensagem será mais uma em meio a milhares. Planeje que imagem você deseja passar para o seu target, o entretenimento é uma maneira bastante eficiente de reter atenção das pessoas;

2- Ações de guerrilha, happening, flash mobs são grandes geradores de entretenimento e por isso possuem grande capacidade de se tornar virais;

3- Fazer uma ação mista, mídias tradicionais (tv, rádio, jornal, outdoor, revista) incentivando o uso de canais digitais, podem trazer um ótimo retorno de share, aumento nas vendas, melhorar a participação de mercado. O contrário também é bastante pertinente, fazer com que ações digitais ganhem as ruas, ou seja, convocar os clientes que fazem parte das suas comunidades digitais a comparecer e divulgar eventos, ações sazonais, mas lembre-se: “o esforço deve ser sempre menor que o benefício”. Levando isso em consideração as chances de obter sucesso são grandes;

4- Se aproveite do contexto. Seja ele físico ou social o contexto sempre foi um grande aliado em fazer campanhas digitais e offline ganharem notoriedade, e melhor ainda, espontaneamente. Um grande exemplo que costumo citar sempre, tanto em palestras como até mesmo comentários em blogs é a campanha da marca americana Ecko, que se utilizou do contexto do ataque as torres gêmeas, para lançar a sua campanha “Still Free”, caso não conheça, clique no link: http://youtu.be/Fotp-wAzdzo;

5- O autor Seth Godin, cita em seu livro Unleashing the Idea vírus alguns preceitos báscios para aumentar a capacidade de viralização de uma mensagem:

• As pessoas precisam compreender a mensagem; 
• Precisam sentir vontade de espalhá-la; 
• Devem acreditar que espalhar a idéia vai aumentar seu poder (reputação, receita, amizades); 
• O esforço necessário para enviar a mensagem deve ser menor que os seus benefícios.

Levando em consideração os pontos enumerados acima, será mais fácil fazer com que suas ações offline obtenham sucesso estrondoso na internet.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mais um infográfico sobre mídias sociais

Parece que virou moda esses infográficos, se você procurar aqui no blog, achará no mínimo meia dúzia deles. A seguir mais um infográfico, dessa vez desenvolvido pelo Ibramerc - Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado, sobre as mídias sociais preferidas pelas empresas.


Universo do Twitter

Para você que é um estudioso de mídias sociais, aqui vai um infográfico de ferramentas para o Twitter e suas funções. De fato há bastante informação, mas também pudera, a quantidade de novas ferramentas que aparecem todos os dias é enorme e coube ao Brian Solis e ao Jess3 trazer tudo isso para nós.


Siga me no Twitter: @eyderborges


Clique na imagem para ampliá-la

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pixando o Air Force One

Ah vá! Tudo bem que essa ação é antiga, mas sempre a cito em palestras, apresentações e artigos justamente por ela ser o que ela se propõe: original, inusitada e louca, diga-se de passagem.
O Tagging Air Force One foi uma das ações pioneiras com uma mistura de guerrilha e por consequência viral, ganhando repercussão nos principais jornais impressos e digitais do mundo.
Essa ação foi desenvolvida para a marca americana Ecko, onde adesivaram um boeing exatamente igual ao do presidente americano, no tempo George Bush (filho) e o pixaram com o intuito de impactar as pessoas por acontecer em um período que se falava muito de terrorismo.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mais uma intervenção no YouTube

Como já disse em posts anteriores, adoro intervenções na interface do YouTube, essa é a vez da Sony.
Não é possível compartilhar o vídeo aqui no blog, mas vocês podem assistir direto no YouTube: http://www.youtube.com/user/mundo3dsonybr
Para assistir ao final alternativo, é só clicar em cima do número de visualizações e digitar a palavra "target".



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Rockmelt - Browser para redes sociais

Se compartilhar nossas vidas nas redes sociais já é legal, agora ficou mais ainda. Está sendo lançado, há mais ou menos 3 semanas, o Rockmelt, um browser otimizado para redes sociais, ou seja, tudo o que você já gostava de compartilhar ficou mais fácil de ser dividido entre seus amigos. O Rockmelt vem com funcionalidades bem bacanas para Facebook, Twitter e outras redes sociais.
O acesso ao novo browser é limitado, dependendo ainda de convites para sua utilização.
Se você quiser saber um pouco mais sobre o Rockmelt é só assistir ao vídeo abaixo.





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Meu Facebook virou um livro

Já imaginou, se após uns 20 anos seu Facebook sai da tela luminosa do seu PC e se torna um livro ilustrado e muuito bem produzido? Pois é, isso já aconteceu!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

We All Want Be Young - Sensacional!

De fato essa é a melhor definição do que é ser jovem dada nos últimos tempos. É imperdível.
Acho que esse vídeo ajuda a entender o comportamento dos jovens nas redes sociais, a inquietude e a sede de informação
O filme 'We All Want to Be Young' é o resultado de diversos estudos realizados pela BOX1824 nos últimos 5 anos. A BOX1824 é uma empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento e consumo.

Este filme possui licença aberta pelo Creative Commons.

Roteiro e direção: Lena Maciel, Lucas Liedke e Rony Rodrigues.


aqui.

Orkut é coisa de pobre?


Eu lí esse texto no blog Coxa Creme, escrito pelo Ricardo Cavallini e não poderia deixar de compartilhar com vocês:
"Apesar do Orkut reinar absoluto, o crescimento de 524% do Facebook em 12 meses apresentado pela ComScore trouxe a comunidade pra moda.
E a leitura que muitos fazem hoje é: Facebook é “dazelite” e o Orkut “coisadipobre”.
Independente da expressão, classificar as comunidades desta forma pode até não ser preconceito, mas é, no mínimo, uma análise superficial das coisas.
Primeiro porque várias outras pesquisas demonstram que não existem diferenças significativas entre as classes quando se trata do consumo de conteúdo, entretenimento e redes sociais. Então, esta diferença pode ser apenas passageira. Segundo, é preciso colocar as comunidades em um contexto histórico.
O sucesso do Orkut
Quando lembramos da invasão brazuca ao Orkut, parece que somos como nuvens de gafanhotos. Entramos, dominamos tudo e irritamos os antigos moradores.
Seria possível criar várias teorias sobre os "porquês" de tamanha sede do brasileiro com as redes sociais, mas isso deixo para os publicitários metidos a sociólogos. O ponto é que a entrada da Classe C na internet e, posteriormente, no Orkut causou surpresa para muitos. Achavam que o acesso ao computador e a ausência do inglês seriam barreiras intransponíveis. O preconceito não está em entender estes pontos como barreiras (porque são), mas achar que são intrasponíveis.
Em outras palavras, o brasileiro era entendido como burro e pobre, o que era incompatível com a internet na visão de muitos. Ironicamente, foi justamente o brasileiro, burro e pobre, o primeiro povo a acolher as redes sociais com tamanha força.
Socializar na web virou realidade para o brasileiro, e o Orkut foi apenas a primeira comunidade a “ser invadida”.
Por quê o Facebook só começou a crescer agora?
Como muita gente enxerga o Facebook como uma ferramenta mais completa que o Orkut, cansei de escutar que o povo era burro e não percebia esta vantagem, que tinha preguiça de mudar ou qualquer outra explicação cheia de pré-conceitos ou preconceitos.
O ponto é que não adianta ser melhor. Achar que ser melhor é suficiente para causar uma migração imediata é tão estúpido quanto estimar o sucesso de um panetone olhando apenas suas informações sobre quantidade de carboidrato, proteína e gordura saturada.
Quem pensa assim, está centralizando seu raciocínio na ferramenta, e não no consumidor.
O custo de uma nova curva de aprendizado existe, mas não é o maior impeditivo para a mudança. Por qual motivo alguém iria mudar do Orkut para o Facebook quando todos os seus contatos já estão ligados, suas fotos devidamente uploadadas e organizadas e suas discussões e comunidades formadas?
Parafraseando Bob Metcalfe, inventor da Ethernet:
o valor sistêmico da comunicação é proporcional ao quadrado do número de membros conectados
O que ele quer dizer com isso? Simples: mesmo que o Facebook seja mais legal, mais completo, mais isso ou mais aquilo, o valor do Orkut (por enquanto) é muito maior, graças a quantidade de brasileiros que fazem parte e interagem dentro dele.
Orkut é coisa de pobre e Facebook de rico?
Tenho alguns números do TGI, infelizmente não tenho autorização do Ibope para mostrá-los, então darei apenas valores aproximados para explicar meus pontos.
O Facebook é formado principalmente por pessoas das classe AB (mais de 70%), enquanto a maior parte do Orkut é formada por pessoas das classes C/D/E.
Tendo o preconceito como filtro, é óbvio que o Orkut é coisa pobre e Facebook de rico.
Mas este é apenas um lado da moeda. Apesar da maior parte do Orkut ser formada pelas classes mais baixas, quase metade dele são de pessoas das classes AB (mais de 45%). Além disso, enquanto apenas uma pequena minoria das Classes AB está no Facebook (menos de 2%), metade está presente no Orkut. Olhando desta forma, seria possível defender que os ricos ainda preferem o Orkut.
Olhando todos os fatos, a conclusão mais lógica é que esta diferença acontece principalmente pela lerdeza da adoção do Facebook no Brasil, que pegou ritmo apenas nos últimos meses.
O que parece acontecer é que a migracao começa com as pessoas da classe AB.
Teria lógica se pensarmos que as pessoas mais abastadas tem mais tempo livre para experimentar, tem maior facilidade pelo domínio do inglês e, até mesmo por preconceito, buscar uma certa exclusividade em uma comunidade nova.
Preconceito é a melhor maneira para não ver a verdade. Pesquisas são a melhor forma para comprar ideias, tortas ou não. Junte as duas coisas e estará feita a merda".
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